domingo, 23 de novembro de 2008

DUAS GRANDES VITÓRIAS DOS ESTUDANTES

Essa semana começou e terminou com ótimas noticias pra estudantada... Pois é logo na terça-feira (18-11) na reunião do Conselho Superior (CONSUP) da Universidade Católica de Pernambuco conseguimos barrar o aumento abusivo que a reitoria queria "empurrar guela abaixo" nos estudantes " guela abaixo" sim, pois apresntaram as propostas de aumentos e as planilhas de custo da Universidade um dia antes da reunião na segunda-feira(17-11). Mas isso não foi o suficiente pois o DCE-UNICAP com uma grande mobilização e consenso conseguiu estudar as propostas e lançar uma nova proposta que ia contra a proposta lançada pela reitoria da Universidade A reitoria queria aplicar um aumento de 16% o que não tem justificativa, pois o aumento da inflação acumulada esse ano foi muito menor que isso. Depois de muito debate e amplas discussões dentro da reunião se chegou a um concenso entre estudantes, professores, funcionarios e pro-reitores o aumento seria de acordo com a inflação o que ainda se trata de um absurdo pois os alunos da UNICAP agora teram um acressimo de 5,4% em suas mensalidades o que pra alguns cursos com Engenharia Química e Direito representa mais de R$ 42,00 por mes o que representa mais ou menos R$ 500,00 por ano. De acordo com Lenine o Presidente do DCE-UNICAP, "a UNICAP nunca cumpre os prazos estabelecidos pela LDB que diz que as planilhas tem que serem apresentadas até 45 dias antes do termino do ano letivo na UNICAP as aulas já se enceram na proxima sexta (28-11) o que dificulta a mobilização dos estudantes, fazendo com que os estudantes só saibam do aumento quando retornarem para fazer a rematricula". Mas vamos comemorar a vitória já que todos os estudantes da UNICAP ganharam com a não aprovação da proposta da reitoria.

A segunda e grande conquista foi dada com muito esforço também, pois nesse final de semana aconteceu no Colégio Vera Cruz a I Conferência de Transporte Público da RMR, e lá a estudantada depois de muito debate mais uma vez conseguiu aprovar dentre várias propostas o PASSE LIVRE ESTUDANTIL, isso mesmo a conferencia que tem carater deliberativo aprovou por contraste visual o PASSE LIVRE ESTUDANTIL, a proposta ainda será encaminhada para o novo conselho superior da Grande Recife Transportes antiga EMTU.

A terceira vitória está na eleição do novo conselho superior da Grande Recife Transporte que foi a eleição do Tiago Oliveira atual Presidente da União Metropolitana dos Estudantes Securdaristas do Recife para ser o representante dos estudantes no conselho e tendo como seu suplente o Lenine Miranda atual Presidente do DCE-UNICAP e diretor da UEP, mostrando assim que são as entidades que de fato representam e tem responsabilidade com o movimento estudantil e como futuro dos estudantes.

Jardel J. O. Silva
Diretor de Cominicação

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Entrevista: José Weber Freire Macedo, Reitor da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF)


Entrevista: José Weber Freire Macedo, Reitor da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF)

O estudante de marketing e integrante da União dos Estudantes de Pernambuco (UEP), Anderson Diego conversou com o reitor sobre a instalação dos campi nas cidades de Petrolina (PE), Juazeiro (BA) e São Raimundo Nonato (PI), das perspectivas da UNIVASF, entre outros temas
A Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF) foi criada em 2004 e é a primeira instituição federal de ensino superior criada com caráter regional e abrange os estados da Bahia e Pernambuco. O principal objetivo foi fomentar o desenvolvimento de pesquisas e promover atividades de extensão, atendendo às demandas específicas da região.
De lá para cá, quatro anos se passaram. O estudante de marketing e integrante da União dos Estudantes de Pernambuco (UEP) conversou com o reitor sobre a instalação dos campi nas cidades de Petrolina (PE), Juazeiro (BH) e São Raimundo Nonato (PI), das perspectivas da UNIVASF, entre outros temas. Confira a entrevista inédita com o psicólogo, mestre em Psicologia Organizacional, doutor em Administração Social, Reitor reeleito da UNIVASF, Prof. Dr. José Weber Freire Macedo.
Anderson Diego - Quais os desafios encontrados para a instalação da UNIVASF e seus campi?Prof. Dr. José Weber Freire Macedo - Primeiro o de provar o caráter regionalista da Instituição, isto é, sem pertencer necessariamente a nenhuma Cidade (UNIVASF tem Campus nas Cidades: Petrolina (PE), Juazeiro (BH) e São Raimundo Nonato (PI)). Segundo o esforço concentrado do Governo Federal, em viabilizar recursos para a Instalação da UNIVASF nesta região do Semi-árido, fruto de uma política educacional acertada do Presidente Lula. Pois, diferentemente de outras épocas, a exemplo, da política educacional do até então Ministro da Educação Paulo Renato (Governo FHC), de sucateamento da Universidade Brasileira, que passava por "necessidades brutais" (sem abertura e reestruturação dos cursos, recursos financeiros defasados, conseqüentemente um desmantelamento da estrutura público-educacional brasileira), detalhe, tínhamos um sociólogo Presidente da República (Fernando Henrique Cardoso – FHC), alguém que vivenciou a Ditadura Militar e participou de muitas manifestações populares, porem, conseguiu fazer uma gestão pífia com relação à educação de nosso País. Atualmente, percebemos uma gestão de "visão" por parte do Ministro da Educação Fernando Haddad (Governo Lula), de investimentos e ampliação da Universidade, a UNIVASF é um exemplo real disso, além dos programas recém lançados, como o REUNI que visa resgatar a qualidade do ensino e a permanência do estudante na Universidade de nosso País.
As perspectivas que esta região começa a viver com a instalação da UNIVASF.A permanência do estudante, filho da terra, que possa estudar e desenvolver a sua região, sem necessariamente, imigrar para outros Estados em busca de estudos e/ou oportunidades de emprego. A UNIVASF trouxe consigo um novo conceito social, o de oferecer uma educação pública de qualidade, tendo a intenção de potencializar seus estudantes, para que os mesmos possam exercer o papel de "transformadores" da sociedade, gerenciando as políticas reais e necessárias para a manutenção de todos.
Na sua visão, quais as perspectivas da educação brasileira, na atualidade?Otimista! Porém, acredito que existe uma lacuna que precisa ser observada, que é a formação básica das pessoas, acredito que as nossas Escolas necessitam de mais investimentos, com a abertura de Escolas de Ensino Integral, que possibilitariam a ampliação da escolaridade das pessoas.
A UNE e a UEP tem realizado diversas caravanas e debates nas Universidades/Faculdades brasileiras, no intuito de fomentar o Anteprojeto de Reforma Universitária da UNE (construído pelos estudantes de todo o País). Em sua opinião, quais pontos e/ou lacunas que a Reforma Universitária precisa de forma imediata atender?Creio que farei um contraponto, pois, a reestruturação proposta pelo REUNI não esta sendo feita, o que esta acontecendo é a expansão do ensino superior. Por isso, necessitamos de uma reforma que trate da real reestruturação da Universidade Brasileira, no sentido gerencial e acadêmico (reestruturação das grades curriculares, tempo de estudos dos alunos, profissões, atividades de ensino-pesquisa-extensão). Outra coisa que percebo, é certa conveniência do MEC, pois, quando se trata das temáticas que incomodam (temáticas principais), a Autonomia de solucionar e/ou intervir é das Universidades, mas, quando essas não incomodam, é papel do MEC decidir e/ou intervir.
Quais investimentos e/ou perspectivas futuras espera a UNIVASF?Um continuo apoio do Governo Federal, com a instalação de equipamentos, laboratórios, contratação de professores, dentre outros. Creio que vencendo essa crise financeira, causada pelo capitalismo, se dará continuidade aos investimentos que aqui se instalam. E reforço, que necessitamos do Estado, nas principais necessidades da população.
Qual a mensagem que o Reitor nos deixa?A liberdade e a democracia fora a conquista de uma geração que foi humilhada, degradada, morta, perseguida. Preservar esses princípios é a principal tarefa dessas e das próximas gerações.
Anderson Diego
Diretor da UEP

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

UNE convoca estudantes para a campanha de boicote ao Enade 2008

UNE convoca estudantes para a campanha de boicote ao Enade 2008

A prova será aplicada a 722 mil estudantes de todo o Brasil neste domingo (9). Entidade defende que a prova, este ano, seja entregue em branco

A UNE realiza neste domingo (9) a campanha de boicote ao Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2008. Diretores da entidade farão plantões nos locais de prova em diversos estados distribuindo panfletos e adesivos aos estudantes que serão orientados a preencherem seus dados, colarem o adesivo na prova e entregá-la em branco. Os líderes estudantis chegarão a porta das escolas uma hora antes da prova e permanecerão nos locais acompanhando a saída dos estudantes.

A UNE esclarece que procedendo desta forma, o boicote estará caracterizado e ninguém sofrerá punições. Apenas o estudante que não comparece à prova (ou não assina) tem o diploma retido. "Não é preciso se preocupar em não responder as questões já que, a partir deste ano, a nota do Enade não fará parte do currículo acadêmico. Apenas o estudante que não comparece à prova (ou não assina) tem o diploma retido", alerta a diretora de comunicação da UNE, Luana Bonone.

O exame será aplicado neste domingo (9) em todo o País. Farão a prova cerca de 722 mil alunos de 13 graduações e de dez cursos tecnológicos. A UNE defende o boicote ao Exame por entender que avaliação das universidades, ou avaliação institucional, é um processo fundamental para todos aqueles que se preocupam com um ensino acessível e de qualidade no Brasil. Apesar do consenso, as formas de avaliação nem sempre agradam a todos, e às vezes não são amplas o suficiente para dar uma visão geral dos problemas de cada instituição e indicar mecanismos para consertá-los.

» Baixe o adesivo e o panfleto da Campanha de boicote ao Enade 2008

O que a UNE pensa sobre o Enade
A UNE apoiou a criação do Enade, dentro do Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes). No entanto, atualmente a entidade critica o fato de a prova acabar tendo grande peso na avaliação final das universidades, avaliando somente os estudantes e servindo apenas para um a criação de um "ranking" entre as instituições.

Insatisfeita com a ausência de outros mecanismos para mensurar a qualidade do ensino, a UNE espera, com o boicote, protestar pelas diretrizes contidas na proposta original do Sinaes:

"A realização de uma avaliação plural, que leve em conta os diferentes agentes que compõem o ensino superior de forma transparente e participativa, garantindo que todos os segmentos da comunidade universitária participem do processo como sujeitos e não apenas como objetos", pontua a presidente da UNE, Lúcia Stumpf.

A iniciativa de "zerar" a prova também protesta pelo fim da obrigatoriedade do exame e repudia o vínculo da sua realização com a emissão do diploma, prática utilizada, principalmente, por algumas universidades particulares.

"O SINAES se configura em um avanço, pois avalia as instituições de forma mais ampla. Reflete o que a UNE e demais entidades do movimento estudantil, social e educacional reivindicam: uma avaliação completa que seja formada não só pelo Enade, mas que leve em consideração com o mesmo peso, a comissão interna de avaliação que deve ser paritária entre estudantes, funcionários e professores e a comissão externa coordenada pelo MEC. Apenas dessa forma podemos garantir a melhor aplicação de recursos e investimentos para o desenvolvimento das instituições de ensino superior e assim priorizar o tripé ensino-pesquisa-extensão", explica o diretor de políticas educacionais da UNE, Rafael Chagas.

Histórico
Em 2007 a entidade organizou um boicote ao ENADE. A iniciativa repercutiu e gerou um debate dentro do Conselho Nacional de Avaliação do Ensino Superior (CONAES) que culminou em conquistas na implementação da avaliação no País, como a inclusão do Enade como parte da avaliação dos cursos (e não uma prova isolada), e a participação decisiva dos estudantes a partir do preenchimento de questionário que avalia a qualidade da instituição, do quadro docente e da infra-estrutura disponível.

No entanto, este ano o MEC divulgou um ranqueamento das universidades, baseado somente no Enade, que é apenas uma dimensão deste sistema composto por vários instrumentos de avaliação.

Isto posto, a UNE reafirma a necessidade de nova ação incisiva do movimento estudantil, no sentido de cobrar por parte do MEC a implementação da avaliação externa e também da auto-avaliação das universidades, como elemento central da implantação do SINAES, e pelo fortalecimento contínuo do CONAES como órgão de Estado responsável pela vigilância sobre a qualidade do ensino superior no País.


Da Redação

terça-feira, 4 de novembro de 2008

UEP começa mobilização para a BIENAL DA UNE

Abertas as inscrições para a 6ª Bienal de Cultura da UNE

Evento receberá trabalhos de artes cênicas, música, literatura, ciência e tecnologia, cinema e artes visuais

Já pensou em participar do maior festival de arte estudantil da América Latina? Ter seu trabalho publicado, apresentá-lo para estudantes de todo o Brasil e ainda debater a formação e sentido do povo brasileiro com intelectuais, artistas e estudiosos, tudo isso regado a apresentações artísticas de todos os tipos? Pois então se prepare, porque a partir de hoje (25.08) estão abertas as inscrições para a 6ª Bienal de Cultura da UNE.

O maior festival de arte estudantil da América Latina receberá trabalhos nas seguintes áreas: artes cênicas, música, literatura, ciência e tecnologia, cinema e artes visuais. Esta edição do evento terá a participação não apenas de universitários, mas também de secundaristas e pós-graduandos.

Para participar basta ler o regulamento, preencher a ficha de inscrição e enviar o trabalho que será apresentado juntamente com o comprovante de pagamento da taxa de inscrição (emita aqui seu boleto) no valor de R$10,00, para o seguinte endereço: Centro Universitário de Cultura e Arte da Bahia, Av. Reitor Miguel Calmon, s/n. Vale do Canela - PAC (Pavilhão de Aulas do Canela) - CEP 40110-100 - Salvador, Bahia. Para as inscrições feitas por Correio será válida a data de postagem. O prazo termina dia 15 de novembro.

A divulgação dos trabalhos selecionados será feita pela internet, no sitio da UNE, a partir do dia 20 de dezembro de 2008, e os materiais enviados para julgamento não serão devolvidos.

O estudante que tiver seu trabalho selecionado para apresentação no evento estará isento do pagamento da taxa de inscrição. No caso de trabalhos coletivos, que forem selecionados, cada integrante deverá pagar a taxa de inscrição no valor de R$ 10,00.

Para participar das atividades, o valor é de R$ 50,00. Os soteropolitanos pagarão uma taxa de R$ 15,00. Estudantes da UFBA e da UCSAL que inscreverem trabalhos pagarão R$ 5,00 e para alunos de demais unidades de ensino (médio, superior ou pós graduação) do estado na mesma condição o valor é de R$ 10,00. Vale lembrar que o custo de alojamento e alimentação não estão incluídos neste valor e que todos os inscritos na 6ª Bienal terão acesso às instalações, shows e demais atividades do evento.

Ao enviar seu trabalho para a 6ª Bienal da UNE, escreva no envelope a área escolhida. As inscrições que não contiverem todo o material solicitado no regulamento serão automaticamente eliminadas, portanto leia com atenção!

Não se esqueça de enviar a cópia do depósito bancário do valor da inscrição e o documento disponibilizando o trabalho sob a licença Creative Commons (clique aqui e veja o modelo)

Garanta sua participação no maior festival de arte estudantil da América Latina. Inscreva-se e organize desde já sua Caravana rumo a Salvador! Outras informações: (71) 3283.7688.

Voltando à Bahia de todos os santos
A 6ª edição da Bienal vai comemorar o 10º aniversário do Festival e também marcará a volta do evento a Salvador, já que em 1999 aconteceu na capital baiana a primeira edição da Bienal de Arte, Ciência e Cultura da UNE, vinte anos após a UNE ter sido colocada na clandestinidade pela ditadura militar.

Outro fator marcante desta Bienal será a importância da cidade-sede em relação ao tema "Raízes do Brasil – formação e sentido do povo brasileiro", que pretende discutir a formação do povo brasileiro de um ponto de vista contemporâneo.


Da Redação

UNE e UBES na luta pela manutenção dos direitos da Carteira do Estudante

UNE e UBES na luta pela manutenção dos direitos da Carteira do Estudante

Entidades responderão com mobilizações e atos públicos ao projeto em discussão no Senado que pode alterar a forma como o documento é utilizado atualmente para a compra de ingressos pela metade do preço

Esta semana um projeto em discussão no Senado Federal chamou a atenção da juventude: o texto propõe alteração na forma como a carteirinha de estudante é utilizada atualmente para a compra de ingressos pela metade do preço. A proposta também vale para o benefício concedido às pessoas com mais de 60 anos de idade.

Entre outras coisas, o texto estabelece que a meia-entrada não valerá nos cinemas em finais de semana e feriados locais ou nacionais. Para todos os outros eventos, como peças teatrais e shows, a meia-entrada não valerá de quinta-feira a sábado, se o projeto for aprovado.

Em nota a UNE e a UBES reconhecem a tentativa do parlamento brasileiro de regulamentar a emissão do documento, que de fato se faz necessária, mas reafirmam que não concordam, nem aceitam, que esse direito conquistado seja, agora, limitado.

"Defendemos o direito a meia-entrada em todos os dias da semana e lutaremos para que esse direito seja assegurado no projeto. É necessária também a validação apenas das carteiras emitidas pelas entidades estruturadas e reconhecidas nacionalmente. A criação de um fórum formado por representantes das entidades representativas dos estudantes e do fazer cultural e de entretenimento no país, para gerenciamento e controle do mecanismo também é questão fundamental. Abaixo a MP 2.208/01!", diz um trecho do documento.

O projeto também tenta coibir a emissão de carteiras de estudante falsificadas, criando um documento único, padronizado, de validade nacional: a Carteira de Identificação Estudantil. Cria ainda um Conselho Nacional de Fiscalização, Controle e Regulamentação da meia-entrada e da identidade estudantil. A proposta está pronta para ser votada pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), mas a data da votação ainda não foi definida. Se passar pelo Senado, ainda será analisada pela Câmara dos Deputados.

As entidades são favoráveis ao documento único de identificação, mas contrárias as restrições ao uso da carteirinha, explica a presidente da UNE, Lúcia Stumpf. "Esses pontos vão enfrentar a resistência da UNE e da UBES. Somos a favor do direito amplo e irrestrito conquistado pelos estudantes. Os senadores resolveram encaminhar dessa forma, mas vamos lutar para mudar isso."

Lúcia diz que as entidades são favoráveis ao documento único, mas contrárias as restrições ao seu uso. A presidente da UNE diz que a padronização do documento não resultará em aumento do preço de emissão. "Não deve aumentar exatamente porque não vai mais ser regido pela disputa de mercado", diz Lúcia.

"Hoje, existem até cursinhos de línguas e pré-vestibulares fantasmas, criados só para emitir a carteira", critica. Lúcia é contrária ao sistema de cotas para a venda de meia-entrada por achar impossível a fiscalização. "Nem mesmo os produtores apresentaram uma alternativa eficiente para controlar a venda dos ingressos para estudantes. Sem isso, podem vender apenas os cinco primeiros e dizer que já venderam toda a cota", afirma.

Projeto
No Senado, antes de chegar à Comissão de Educação, a matéria foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), com alterações ao texto original. Na Comissão de Educação sofreu mais mudanças, após a realização de várias audiências públicas com representantes dos estudantes e dos produtores culturais. A relatora do projeto na Comissão de Educação é a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), que apresentou um substitutivo à matéria original, do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG).

Leia a íntegra da nota:

Carteira do estudante: UNE e UBES na luta para garantir esse direito!

A Carteira do Estudante com direito à meia-entrada foi uma conquista histórica do movimento estudantil na década de 1940. A lei foi instituída como uma política que garanta a complementação da formação acadêmica dos jovens, facilitando o seu acesso aos bens culturais. Esta semana um projeto em discussão no Senado Federal chamou a atenção da juventude: o texto pode alterar a forma como a carteirinha de estudante é utilizada atualmente para a compra de ingressos pela metade do preço. Entre outras coisas, estabelece que a meia-entrada não valerá nos cinemas em finais de semana e feriados locais ou nacionais. Para todos os outros eventos, como peças teatrais e shows, a meia-entrada não valerá de quinta-feira a sábado, se o projeto for aprovado.

Nós da União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) reconhecemos a tentativa do parlamento brasileiro de regulamentar a emissão do documento, que de fato se faz necessária, mas não podemos permitir que esse direito conquistado seja, agora, limitado. Nós participamos do debate no Senado e contribuímos na formulação do PL com as seguintes propostas:

1) unificação da identidade estudantil, emitida por um mecanismo que impeça a falsificação, como a Casa da Moeda.

2) criação de um conselho amplo formado por sociedade civil, governo, Movimento Estudantil e parlamento para regulamentar a emissão desta identificação e garantir a vigência do direito à meia-entrada.

Defendemos a regulamentação na emissão do documento, sete anos após a Medida Provisória 2.208/01 editada pelo então ministro da educação Paulo Renato, que concede o direito a emissão de carteirinha a qualquer instituição de ensino, vê-se a desmoralização na emissão, trazendo sérios danos aos estudantes que vêem seu direito restrito na prática. A medida visava enfraquecer as entidades estudantis, cuja única forma de financiamento eram as carteiras. Até então, apenas a UNE e a UBES emitiam as carteiras e se opunham ao projeto de mercantilização e sucateamento da educação proposto por Paulo Renato e FHC.

A MP do ministro Paulo Renato estabeleceu uma indústria de carteiras estudantis no Brasil com entidades fantasmas sendo criadas com a única finalidade de vender o documento. Hoje, até empresas privadas que não possuem nenhuma ligação com os estudantes comercializam a tal carteira, induzindo uma enorme margem de fraude no processo de emissão do documento e gerando um universo de falsos estudantes que impeliram os estabelecimentos de entretenimento a elevar substancialmente o valor das entradas. Sob a argumentação de "universalizar" a meia-entrada, o ministro na prática deu um duro golpe também neste direito dos estudantes.

Vale ressaltar que a Carteira do Estudante é uma política específica criada para ampliar a formação dos jovens. Mas acabou perdendo o verdadeiro sentido com as inúmeras falsificações.

A iniciativa de tentar coibir a emissão de carteiras de estudante falsificadas, criando um documento único, padronizado, de validade nacional: a Carteira de Identificação Estudantil e de criar um Conselho Nacional de Fiscalização, Controle e Regulamentação da meia-entrada e da identidade estudantil, propostas do projeto estão de acordo com o que a UNE e a UBES reivindicam desde 2001. Contudo, há este terceiro ponto, que prevê a limitação dos dias de meia-entrada.

Não concordamos e, seria impossível para nós concordarmos, com a não aceitação da meia-entrada em todos os dias da semana, tendo em vista que para nós, esse é um direito conquistado pelos estudantes brasileiros e complemento de nossa formação.

Reafirmamos, mais uma vez, que defendemos o direito a meia-entrada em todos os dias da semana e lutaremos para que esse direito seja assegurado no projeto. É necessária também a validação apenas das carteiras emitidas pelas entidades estruturadas e reconhecidas nacionalmente, mediante apresentação de documentos que comprovem sua atuação legal e legítima. A criação de um fórum formado por representantes das entidades representativas dos estudantes e do fazer cultural e de entretenimento no país, para gerenciamento e controle do mecanismo também é questão fundamental. Abaixo a MP 2.208/01! Pela regulamentação da emissão de carteiras sem restrição do direito!

31 de outubro de 2008

União Nacional dos Estudantes
União Brasileira dos Estudantes Secundaristas